O empresário Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jau Ribeiro ou Jau da Lubrijau, foi preso na manhã da última quinta-feira (16) em Lençóis, na Chapada Diamantina, durante a Operação Primus, deflagrada pelo Draco-LD. Natural de Iaçu e radicado em Feira de Santana, onde recebeu o título de cidadão honorário, Jau é dono de uma das maiores redes de postos da Shell na América Latina, com cerca de 200 unidades, controladas no Brasil pela Raízen, do empresário Rubens Ometto.
Jau Ribeiro disputou a Prefeitura de Iaçu em 2020 e 2024, sendo derrotado em ambas as eleições pelo atual prefeito Nixon Duarte (PSD). Além da atuação política local, em 2022 ele apoiou a candidatura do deputado federal Dal Barreto, que posteriormente se tornou alvo da sexta fase da Operação Overclean. Ao longo dos anos, Jau construiu uma forte presença empresarial e política na região, consolidando influência que ia além do campo eleitoral.
Segundo a Polícia Civil, a rede de postos de combustíveis administrada por Jau não se limitava à venda de combustíveis. Ela integrava uma complexa estrutura criminosa voltada para a adulteração de combustíveis, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, com indícios de conexões diretas com uma das maiores facções criminosas do país. As investigações indicam que o esquema utilizava a rede de postos como fachada para movimentações financeiras ilícitas, tornando a operação policial ainda mais abrangente e de grande impacto.
O esquema investigado estava inserido em um sistema empresarial criminoso que abrangia várias cidades e estados. A dimensão financeira é impressionante, e o grupo vinha sendo monitorado por movimentações suspeitas que indicavam fraude tributária e lavagem de recursos em larga escala.
Como funcionava o esquema:
FOTO: Reprodução/ PC-BA |
Operação Primus
A Operação Primus cumpriu 62 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão em três estados: Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. A ação resultou na apreensão de 12 veículos de luxo e cinco armas de fogo, entre elas quatro pistolas e uma submetralhadora, reforçando o caráter sofisticado e perigoso do grupo investigado.
Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 6,5 bilhões em bens e valores ligados aos envolvidos, medida que evidencia a grandeza do esquema e seu impacto econômico. Mais de 170 policiais civis participaram da operação, que segue investigando outros envolvidos e detalhando o fluxo financeiro do grupo, visando desarticular completamente a organização criminosa.
Resposta da empresa
A Raízen, responsável pela licença da marca Shell no Brasil, emitiu uma nota sobre a prisão de Jailson Jau Ribeiro durante a Operação Primus. No comunicado, a empresa informou que está acompanhando de perto o caso envolvendo a rede Lubrijau, esclarecendo que a utilização da marca Shell pelos postos ligados a Jau ocorreu de forma irregular e sem autorização.
“A empresa esclarece que não mantém qualquer relação comercial com essa rede, sendo o uso da marca Shell feito de maneira ilegal. A companhia está atuando judicialmente para retirada completa da identidade visual. A Raízen reitera que não compactua com qualquer tipo de irregularidade e reforça seu compromisso com a transparência, a integridade e o respeito às normas legais em todas as suas operações e relacionamentos”. Jornal da Chapada com informações do portal A Tarde.
Fonte: Jornal da Chapada
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